As praias de Salvador precisam de mais cuidados

por Aisele Moreira, Andréia Santos e Lílian Marques

As praias de Salvador, belas paisagens visitadas por turistas do mundo todo, sofrem com a falta de consciência de parte da população que não se preocupa com sua preservação. É comum encontrar lixo de todos os tipos jogado na areia, seja por banhistas ou trazidos pelas correntes marítimas. Uma das causas deste grande problema é falta de educação ambiental, comprovada por ONGs de Salvador que tentam desenvolver projetos para a preservação das praias da cidade e conscientização da população. Mas a realidade mostra que há uma dificuldade na concretização desses projetos, seja por falta de incentivo do governo, carência de patrocínio ou falta de participação da comunidade. A ONG Jogue Limpo realiza projetos com o objetivo de mobilizar os cidadãos para a formação de uma consciência ambiental voltada para a conservação das praias e ambientes costeiros. A Jogue Limpo desenvolve o projeto Jogue Limpo com nossas praias desde 1997, com o intuito de limpar as praias e também de promover a educação ambiental nas comunidades e conscientizar os barraqueiros da responsabilidade de manter limpo o ambiente de trabalho. O principal objetivo desta ONG é reunir voluntários que, em mutirões, fazem a limpeza das praias da cidade.A última ação feita pela Jogue Limpo, teve o apoio do projeto Casa dos Praieiros, de cunho sociocultural e ambiental, assinado pelo Grupo Jammil e Uma Noites. A atividade começou no mês de fevereiro de 2007, na Barra. Por aproximadamente dois meses, foram realizadas caminhadas na praia, durante os finais de semana. Segundo Carlos Lopes, coordenador administrativo da ONG Jogue Limpo, os participantes das caminhadas eram cadastrados um dia antes, participavam das oficinas de reciclagem e recebiam camisas, luvas e sacos plásticos. As pessoas que passavam pelo local também podiam participar.“Em relação ao número de pessoas que participou desse projeto, achei que foi pequeno, em comparação com outras ações. Cerca de 50 pessoas participaram, um número que achei muito baixo, talvez pela falta de tempo que tivemos para divulgar a ação”, disse Lopes. Segundo Maria de Fátima Almeida, coordenadora do Projeto Orla, desenvolvido pelo CRA (Centro de Recursos Ambientais), que tem o apoio do Governo do Estado, sociedade civil e empresas privadas, o projeto realiza ações de conscientização em comunidades das regiões costeiras e tem pretensões de ampliar essas ações para fazer limpeza nas praias. Segundo Maria de Fátima, até o momento poucas atividades foram desenvolvidas pelo projeto Orla, devido a constantes reuniões para definir ações que envolvam não só a conscientização ambiental da população no que diz respeito às praias de Salvador, mas também trabalhos de educação nas comunidades pesqueiras das ilhas próximas à capital baiana.

A coordenadora fala ainda sobre o Praia Limpa Todo Dia, projeto que foi desenvolvido no governo anterior e está em discussão sobre a possibilidade de ter continuidade. O projeto era feito em parceria com a Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), e realizava a limpeza em diversas praias da cidade.

Enquanto a extensão do projeto Orla do CRA não acontece e o Praia Limpa Todo Dia está em discussão é necessário que a população se responsabilize em manter o ambiente limpo, principalmente se tratando das praias. É o que tenta fazer a operadora de telemarketing Regeane Rabelo, 33, que procura fazer a sua parte levando um saco de lixo na bolsa para a praia. “Vejo cestos de lixo nas praias que freqüento, Piatä e Catussaba, mas não em grande quantidade, por isso as pessoas não tem costumes de usá-los. Eu sempre levo meu saquinho na bolsa”.

Além dos banhistas, os vendedores ambulantes e os barraqueiros também contribuem com a limpeza das praias. Os catadores de latas retiram o material de alumínio para vender a empresas ou cooperativas de reciclagem. Alguns vendedores ambulantes carregam seus sacos de lixo para descartar o que não vai mais ser utilizado. Os barraqueiros fazem a limpeza da área onde ficam seus clientes antes de começar o dia de trabalho. Eliete Lima, 20, freqüentadora da praia de Patamares diz que os próprios barraqueiros fazem a retirada do lixo da areia, antes de começar o movimento.

O cenário é preocupante. Por mais que aconteçam iniciativas individuais como a de alguns banhistas ou de pessoas que trabalham nas praias, há uma necessidade maior de conscientização e participação, que deveria ter incentivos mais contundentes por parte do governo. Sem a união da sociedade civil e de órgãos governamentais que colaborem com a realização de projetos de ONGs, como a Jogue Limpo, nossas praias sempre carecerão de cuidados.
(maio de 2007)

11 comentários

  1. salvador esta abandonado , largado ao leu roubo de onibus constantemente , estamos pre a viver como animais dentro das nossas casas por causa da violencia ate quando nao existe um politico serio capaz de acabar com esses acontecimentos ,sera que eles tem aver com isso , tudo que nos favorece nos aceitamos com os politicos e a mesma coisa , ter uma cidade analfabeta onde ninguem sabe dos seus direitos ,e isso que eles querem ,que nos sejamos buros para cada vez mais eles poderem roubar .
    temos que acabar com isso salvador nao merece hoje eu moro no rio de janeiro mas ainda tenho orgulho da minha cidade pois foi ai que eu nasci no bairro de plataforma.

    acorda salvador a te quando vamos sofrer

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